A crise enfrentada no país e seu reflexo no município é foco do discurso da vereadora Ana Genezini
Parlamentar comentou sobre o cenário econômico nacional e os
desafios de Vinhedo diante da queda na arrecadação
A vereadora Ana Genezini (PTB) subiu à tribuna na noite
desta segunda-feira (10), durante a 107ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal
e, entre outros assuntos, destacou a crise enfrentada no país e seu reflexo nos
munícipios, com a apresentação de números sobre a carga tributária, a queda da
arrecadação e os índices repassados pela Federação e Estado às cidades da RMC.
Ana Genezini destacou que neste primeiro semestre de 2015,
foram repassados à Vinhedo cerca de 8 milhões de reais a menos nas receitas de
ICMS. Lembrou que mesmo diante do atual cenário econômico, a prefeitura
sustenta os serviços públicos oferecidos à população, mantendo Vinhedo no
patamar e condição que nos tornaram reconhecidos no país. A parlamentar também
explicou que o debate sobre o Distrito da Capela dever ser, também, um diálogo
para enfrentar a queda na arrecadação.
“Nosso país atravessa uma das crises político-econômicas
mais graves e acentuadas da história´”, discursou a vereadora. Segundo ela,
cálculos da Secretaria Estadual da Fazenda apontam que a riqueza gerada em
vinhedo soma 7 bilhões de reais – ou seja, esse é o valor de tudo o que aqui é
produzido. “Deste montante, saem os impostos, pagos pelas empresas e apenas
cerca de 15% dos impostos voltam para cidade; 60% ficam para a União e o
restante para o Estado, que muito pouco tem feito pelos municípios”, lamenta
Ana Genezini.
A vereadora também apontou que a carga tributária aumentou,
os municípios que trabalham pelo melhor atendimento à comunidade, como Vinhedo,
assumiram responsabilidades que seriam do Estado ou Federação e, o que é pior,
o cálculo de ICMS reduziu o repasse para muitas cidades – e nosso município
está entre elas. Vinhedo teve 8,38% em perdas na participação do ICMS e, assim
como outras cidades, já sofre com a retração do mercado. Entre o que se
projetou inicialmente arrecadar em Vinhedo neste ano (num cálculo já bem abaixo
dos números de 2014) e o que se espera agora, de fato, há cerca de 8 milhões de
reais a menos nas receitas de ICMS.
“Vinhedo é apontada como a 13º melhor cidade do país porque
aqui se investe alto na qualidade de vida, na excelência da prestação de
serviços públicos. Temos dificuldades? Claro! Temos desafios? Sem dúvida! Mas a
queda na arrecadação, o cenário que se apresenta, entre outros fatores, é o
suficiente para afirmamos que Vinhedo não está numa ilha isolada. Não estamos
dentro de uma redoma de vidro que não é afetada pela situação do país”, explica
a vereadora Ana Genezini.
Para a parlamentar, o momento pede ajustes e planejamento. Segundo
ela, Vinhedo tem uma estrutura administrativa extensa para atender a população
e isso gerou um engessamento da máquina: 54% da arrecadação está atrelado ao
pagamento do funcionalismo público, como professores, médicos, enfermeiros e
outros profissionais que atendem nossa população; mais de 40% em Educação e
Saúde. A vereadora Ana Genezini lembrou
que, pela fragilidade do Pacto Federativo que se impõem aos munícipios,
praticamente 100% dos recursos em Saúde saem de verbas municipais. “A conta é
lógica e direta: sobra pouco, mas muito pouco, para investirmos em obras; o que
temos são investimentos altos na manutenção do que já é oferecido atualmente”,
explicou Ana Genezini.
Para a vereadora, mudar o cenário implica primeiro
rediscutir o Pacto Federativo – se os municípios assumem a maior parte das
obrigações, é justo que tenham um repasse maior. “Arcamos com custos do aluguel
do Fórum e Delegacia, por exemplo, cedemos funcionários, enfim, uma série de
obrigações que são de responsabilidade do Estado e a União”, lembrou a
parlamentar. Em segundo lugar, enquanto não se aplica a mudança proposta acima,
devemos alterar questões internas de forma a otimizar a aplicação dos recursos
e, nesse ponto, segundo a vereadora, entra a questão da discussão do distrito
na Capela – ou administração regional.
“Precisamos estudar com seriedade para manter e melhorar o
padrão de vida da nossa cidade. Esse debate contribui para o diálogo e
planejamento de modo a enfrentar a queda na arrecadação, uma realidade que não
é só de Vinhedo”, reforçou a vereadora.
Os números apontados pela vereadora Ana Genezini demostraram
que a região da Capela tem aproximadamente 25 mil pessoas; nos condomínios,
cerca de 23 mil pessoas; nas outras regiões juntas, são cerca de 20 ou 23 mil
vinhedenses, atingindo o número de 71.217 habitantes, segundo dados em 2014.
“Estamos falando da concentração de habitantes num bairro a 5km do centro. Se
colocamos essa situação administrativa, facilitaria a aplicação dos recursos e
encaminhamentos necessários no bairro e região e isso contribui para toda a
população da cidade”, explicou a parlamentar.
“Estamos à disposição do Governo para contribuir nessa
discussão. Vamos ouvir o que o povo pensa e, juntos, enfrentar esta situação
com o único propósito de manter Vinhedo na rota do desenvolvimento com
qualidade de vida”, finalizou a vereadora Ana Genezini.
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