Ana Genezini faz críticas ao uso político da Santa Casa e solicita envio de documentos ao Ministério Público

Após dias semanas ausente, por conta de questões relacionadas à saúde, a vereadora e 1ª secretária da Câmara Municipal de Vinhedo, vereadora Ana Genezini (PTB), fez um dos discursos mais inflamados e críticos sobre a questão da Santa Casa de Vinhedo. “Não tem ninguém contra a Santa Casa, ninguém contra os funcionários da Santa Casa como alguns tentam induzir. Nestas duas semanas que estive em recuperação na minha casa, me enjoei de assistir as sessões e presenciar tanta demagogia”, afirmou a vereadora logo no início da fase de explicações pessoais.

Ana Genezini, ainda, criticou os recentes posicionamentos de que o Legislativo não ajuda a Santa Casa, que estaria de braços cruzados para a situação. “O legislativo nunca esteve inerte e nunca deixou de fazer a sua parte pela Santa Casa de Vinhedo. Aqui tem vereador que repassou subvenção que tinha ficado nos cofres desta Câmara, repassou de volta pra Prefeitura com destino certo pra Santa Casa, para pagar salários dos funcionários. O provedor falava isso pra vocês? Falava que ele vinha aqui nesta casa chantagear vereadores, dizendo o seguinte: ‘O povo de Vinhedo pensa que a Santa Casa é da Prefeitura. Se vocês não derem dinheiro pra que eu possa pagar os médicos, pagar os funcionários, pagar 13º, eles vão parar, eu vou deixar de dar atendimento e o povo de Vinhedo vai achar que o problema é dos políticos dessa cidade’, palavras do atual provedor, do Getúlio”, criticou Ana Genezini.

Num dos trechos mais emotivos do discurso, Ana Genezini citou a Comissão de Assuntos Relevantes realizada na Câmara que foi arquivada por falta de provas e que na época, Dr. João Marcos Gomes, atual administrador do hospital, impetrou mandado de segurança contra a investigação, impedindo o trabalho de fiscalização da Câmara. “Quero aproveitar e solicitar que se oficie o Ministério Público ao Tribunal de Justiça ao Tribunal de Contas para saber como andam os processos que foram encaminhados para apuração na época da CPI no ano de 2004. Querem fazer uma nova CPI, vamos fazer, mas também quero que seja encaminhado ao Ministério Público e se investigue as acusações feitas num blog do vereador Rodrigo Paixão em 2009, dizendo que alguns médicos da Santa Casa roubam. Ele diz, ele escreve que não são todos os que fazem, mas tem alguns que fazem, então se tem alguns que fazem, temos que conhecer quem são, tem que dar nome no Ministério Público. Me estranhou, Dr. Dario e Dr. Alexandre Viola, que vocês, enquanto médicos da Santa Casa, não contestaram, não pediram uma questão de ordem e uma CPI para apurar estas denúncias”, afirmou. Ainda, na sequência, Ana Genezini vai além e continua a citar postagens do blog em que Desiree Loschi uma filiada do PSOL, partido dos vereadores Rodrigo Paixão e Valdir Barreto, faz acusações de que “médicos montaram suas clínicas com instrumentais que roubaram do centro cirúrgico”. “Ela diz que, desde sua fundação, tem médicos que só queriam enriquecer. Eu quero apuração, quero que o Ministério Público se manifeste sobre isso e chame quem de direito para dar nome aos bois. Quando aprovamos uma lei aqui, é dinheiro público que está indo para lá, precisa de fiscalização”.

A vereadora ainda explicou que desde 1953 o Legislativo Vinhedense dá subvenção à Santa Casa se sucedendo em 1957, 1961 a 1964, em 1977, 1981, 1991, 1993, 1995, 1997, 2001 a 2003, 2006 a 2012, sendo que em 1962 ela foi considerada de utilidade pública e em 2009 a Câmara autorizou a Santa Casa a explorar o estacionamento rotativo da cidade, entre outras contribuições. Relembrou, ainda, de algumas reuniões que foram realizadas em legislaturas passadas, como uma reunião em 2010, em que foram repassados mais de R$ 3 milhões a instituição por meio das economias da Câmara, e a promessa do provedor de que a Santa Casa teria uma nova gestão, e o Getúlio se comprometeu na época de que iria conhecer o funcionamento da Santa Casa de Valinhos.

Por fim, a vereadora criticou a ideia apresentada pelo vereador Valdir Barreto que a dívida da Santa Casa tenha iniciado em 2001. “O senhor não deve ter lido no relatório, quando fez o teu levantamento, de que toda essa mácula se deu a partir de 94 e 95. O senhor achou interessante começar a partir de 2001, pois eu fui mais longe na minha pesquisa. Em 91 quando na época foram passados 20 milhões de cruzeiros para Santa Casa, deixou-se de construir, foi anulado dotação de material e consumo do Departamento de Saúde. Foi deixado de construir uma biblioteca e deixado de fazer pavimentação em diversas ruas da cidade, anulou-se o que era do povo de Vinhedo para obras e melhorias e reverteu-se em saúde na Santa Casa de Vinhedo”, concluiu a vereadora buscando exemplificar uma das formas de repasse.

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